Bússola dos Tempos・218

Aventurar-se na vida

Keiko Takahashi

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A vida é uma aventura

Já faz um mês desde o início do ano fiscal e acadêmico e muitos devem estar provavelmente se familiarizando com a nova rotina diária.

Por outro lado, outros podem estar em um novo ambiente passando por situações difícies que nunca vivenciou antes.

A duradoura pandemia da Covid-19 faz com que as provações da vida se tornem uma experiência diária. Outros podem estar sofrendo influência da pandemia e fazendo face a uma realidade que não se consegue gerenciar por conta própria.

Quando o nosso ambiente muda, as circunstâncias da nossa volta também mudam drasticamente, e podem nos conduzir a situações inesperadas. Nossa realidade está repleta dessas “novas provações” e “novos desafios”.

E, se pensarmos nisso por um momento, nossa vida por si só é composta de novas provações e desafios.

De fato, todos somos existências dotadas de “alma” que veio vivenciando muitas outras vidas. Mas, mesmo assim, a vida que vivemos atualmente está repleta de primeiras vezes. Não importa o número de seres humanos habitando este planeta, assim como não existe um caminhando a mesma vida igual à de outro, ainda que uma alma já tenha vivido diferentes vidas passadas , nenhuma alma viveu a mesma vida de agora.

Para todos nós, a vida que temos agora é a nossa primeira e nunca mais teremos a mesma vida novamente. Isso significa que todos nós estamos vivendo uma “nova lenda” que jamais se repetirá. E essa vida não deixa de ser senão uma aventura para cada um e todos nós.

Para se libertar da esfera gravitacional da vida

A vida é uma aventura. Por que podemos afirmar isso? É porque a nossa vida não é somente uma “nova lenda”, mas também apresenta desafios em demasia para se viver plenamente.

O modo de vida que assimilamos desde o nosso nascimento é baseado na sensação física do prazer e do sofrimento. É uma forma de viver indispensável para proteger nossas vidas, mas, ao mesmo tempo, faz com que nossa vida se torne extremamente materialista.

Todos nós confiamos nessa sensação de prazer e sofrimento para classificar tudo entre o prazer e o sofrimento. Sentimo-nos eufóricos com o estímulo do prazer e nos sentimos deprimidos com o estímulo do sofrimento, e a nossa mente acaba repetindo a oscilação entre esses dois estados. Quando essa forma de viver se torna natural, tudo que procuramos é eliminar o sofrimento que estamos enfrentando e atrair o prazer. Seria uma lástima se isso fosse tudo o que procuramos fazer na vida.

Podemos dizer que se trata da “esfera gravitacional da vida” que é criada pela própria vida. Enquanto permanecemos nessa “esfera gravitacional”, não vivenciaremos a quintessência da vida, nem poderemos alcançar o estado de iluminação espiritual e a sabedoria que devemos angariar durante a vida, tampouco teremos conhecimento do verdadeiro esplendor da vida em si.

Se pensarmos um pouco sobre isso é evidente que crescemos e evoluímos através das nossas experiências amargas, dolorosas, tristes e difíceis. Para conquistar o que é realmente precioso, precisamos superar as dificuldades. Devemos praticar uma forma de viver de uma nova dimensão, que não seja a extensão das formas do passado, e tornar um novo Eu que transcenda o Eu anterior.

Somente após nos desvencilharmos da esfera gravitacional da vida é que podemos descobrir e vivenciar a verdade da vida.

Aventurar-se na vida

É por isso mesmo que peço para se lembrar da premissa básica de que a vida é uma aventura. O que podemos fazer é aceitar e saborear o máximo possível e com entusiasmo a aventura chamada vida, oferecida por esse mundo juntamente com as diversas oportunidades.

Devemos aceitar tudo como Caos, acessar o Projeto Ideal que pulsa dentro dele, e abir o caminho para tornar o Projeto uma realidade.

Neste mês, gostaria que refletisse sobre a “aventura da vida” e imaginasse as oportunidades de aventuras que estão por vir. Será certamente um passo em direção à atração de momentos reluzentes em sua vida.