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Teoria do Estudo da Alma (Doutrina)

Teoria do Estudo da Alma (Doutrina)

O Estudo da Alma revelado pelo Shinji Sensei e pela Keiko Sensei é a base do modo de pensar e do ideal das atividades da GLA.
O Estudo da Alma é, em poucas palavras, a perspectiva do ser humano e do mundo que considera o ser humano como alma, bem como a sistematização de atividades práticas sob essa perspectiva.

Para além do modo de vida materialista

Um das causas fundamentais dos vários problemas que o mundo enfrenta hoje é resultante da disseminação da perspectiva materialista que enfatiza o que é visível ou palpável.

Cremos que alienar a conexão existente entre a dimensão interior e exterior, perder a noção do verdadeiro valor interno, e buscar a abundância material intensamente causa uma grande distorção.

Ao final dos anos 1960, durante o período de alto crescimento econômico do Japão, quando as pessoas estavam em acirrada busca de abundância material, Shinji Sensei soou o alarme, e fez um apelo sobre a importância da dimensão interna do ser humano em oposição à abundância externa que buscavam.

Esclareceu que o ser humano não extingue com a morte, mas vive a eternidade como alma, e que todo ser humano tem um objetivo e uma missão, enfatizando a dignidade de cada alma.

O ser humano como alma

Nos fundamentos do Estudo da Alma, portanto, o ser humano não é acolhido apenas como uma pessoa com um corpo físico, mas também com uma alma.

Esclarece que o ser humano não nasce acidentalmente para viver um destino repleto de coincidências.

A alma é uma energia com aspiração e sabedoria eterna que vive além da vida terrena. Todos nascemos no corpo físico por inevitabilidade, abrigamos um objetivo e uma missão que devemos nos empenhar em concluir, uma aspiração da alma à qual queremos responder.

O ponto de partida do ensinamento é a de reavivar a menosprezada consciência da alma e voltar o olhar para o que é eterno para viver valorizando cada momento da vida com todo empenho.

Teoria fundamental do Estudo da Alma — Princípio da “alma – mente – realidade”

Como devemos viver nesse mundo físico? Keiko Sensei veio revelando um caminho concreto para viver o agora como uma alma de vida eterna e nos orienta como podemos seguir a vida considerando essa perspectiva.
O ensinamento que alicerça esse caminho é o princípio da “alma – mente – realidade”.
Somos existências que vive simultaneamente três dimensões: a dimensão da alma, da mente, e da realidade (como mostra a figura). E, precisamente por essa razão, devemos compreender os acontecimentos, inclusive a vida, através dessas três dimensões.

O princípio da “alma – mente – realidade”

No Estudo da Alma, entendemos que a mente se origina quando há o encontro da alma com o corpo.

A dimensão da realidade é a dimensão das interações, dimensão onde encontros e incidentes do dia-a-dia acontecem. A dimensão da mente é onde diversos sentimentos e pensamentos se manifestam. A dimensão da alma está ainda mais no recôndito, e incorpora a aspiração e objetivos da alma, bem como o Projeto Ideal da vida. Nessa dimensão, duas energias, a da aspiração da alma e a do carma (distorção da alma) estão mescladas, e ambas influenciam significativamente a nossa mente e a nossa realidade.

De certa forma, a realidade se origina da nossa mente e é o reflexo da nossa alma. Ao mesmo tempo, enfrentar a própria realidade, os vários problemas e incidentes que se originam através dos encontros na comunidade, no local de trabalho, ou na família, significa também se dedicar às questões da mente e da alma.

Responder à aspiração da alma, cumprir o objetivo da vida

Viver simultaneamente as três dimensões significa caminhar interligando o mundo interior e exterior constantemente, e através dos encontros e incidentes diários, realizar o Projeto Ideal da vida. Somos existências que, apesar das várias condições e circunstâncias concedidas na vida terrena, tentamos cumprir a aspiração da alma e o objetivo da vida.

No entanto, concluir o objetivo não é tão fácil, pois a nossa mente, que cria a realidade da vida, abriga distorções.

A mente cria a realidade

O mecanismo da mente humana é explicado através do termo denominado “Ju-Hatsu-Shiki”.

Ju indica a função de recepção da mente, o mecanismo imediato de sentir e perceber as coisas.

Hatsu é a função de reação da mente, o mecanismo instantâneo de pensar, supor e agir concretamente com palavras e ações. E Shiki é uma palavra oriunda do budismo e indica a realidade.

Ao repetir o JuHatsuShikiJuHatsuShiki…, a mente cria o circuito da percepção das diversas realidades e posteriormente a criação de novas realidades. Em outras palavras, o Ju-Hatsu-Shiki representa o vínculo que existe entre a nossa mente e a realidade.

(O Estudo da Alma explica a esquemática de como a mente é moldada após o nascimento da alma no corpo físico, e como a vida é delineada pela perspectiva da Tripla Corrente de Influência, ou seja, linhagem, lugar e era)

A perspectiva do Caos

No Estudo da Alma, os encontros e incidentes que ocorrem na nossa vida são percebidos pela perspectiva do Caos. Caos indica um estado caótico sem forma nem contorno, que não apresenta resultado ou desfecho, e, portanto, oculta dentro de si várias possibilidades e restrições, luz e trevas. A analogia é a de estar a poucos momentos da criação do universo, um estado em que toda luz e trevas ocultam, ao mesmo tempo, todas as possibilidades.

Quando a nossa mente, ou o circuito do Ju-Hatsu-Shiki (mente = Ju-Hatsu-Shiki), toca nesse Caos, o Caos imediatamente se cristaliza em realidade de luz ou de trevas.

Uma vez cristalizado, o Caos jamais voltará ao estado anterior. Ou seja, a realidade que criamos não mudará. Por isso, o Ju-Hatsu-Shiki com que tocamos o Caos é decisivamente importante.

Ao mudar a mente muda-se a realidade

Se o Ju-Hatsu-Shiki abriga distorções como será o Caos e a realidade da vida? O Caos se cristalizará de forma distorcida e não conseguiremos realizar o Projeto Ideal, nem concluir a aspiração da alma ou o objetivo da vida.

Por outro lado, é possível mudar a mente que cria a realidade, ou seja, o Caos. E se mudarmos a mente, certamente mudaremos a realidade. A vida se transforma significativamente.

Com o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da mente aproximamos dos encontros e episódios do Projeto Ideal, e à medida que essas experiências se acumulam, podemos nos aproximar do objetivo da vida e da aspiração da alma.

A pergunta é: como podemos mudar a mente?

Existem métodos para transformar a mente

A GLA preparou duas metodologias para reformular a mente.

Um deles é o caminho de analisar a própria mente que aloja restrições, como distorções e viés, purificar e libertar-se deles. No Estudo da Alma, a mente que aloja restrições é denominada de “Bonno”.

O outro é o caminho que vai “escavando” as possibilidades inerentes no âmago de cada um.

Esses dois caminhos são inseparáveis; podemos dizer que são dois lados da mesma moeda. Quanto mais a mente se libertar das restrições, mais possibilidades internas se manifestarão. De outra forma, quanto mais possibilidade forem escavadas e cultivadas, mais a mente se recuará das restrições.

Transformar as distorções da mente observando os quatro tipos distintos

Como é exatamente esse caminho de transformar a mente simplesmente examinando as possibilidades e restrições, luz e trevas?

Em primeiro lugar, utilizamos uma metodologia que classifica as distorções em quatro tendências sob a perspectiva do Ju-Hatsu-Shiki mencionado anteriormente. E ao identificar a principal tendência, desenvolvemos as características positivas inerentes aos quatro tipos de tendência.

As distorções da mente, ou o Bonno, são classificadas em quatro tendências significativas, ou o que simplesmente denominamos quatro tipos.

Prazer-Temeridade (o autoconfiante presunçoso); Sofrimento-Temeridade (a vítima fortemente ressentida); Sofrimento-Apatia (o autodepreciador preso à resignação); e Prazer-Apatia (o feliz autocomplacente).

Todos nós alojamos esses Bonnos, sendo que pelo menos um desses tipos se sobressai mais. E, devido a essas distorções criamos grandes limitações na nossa vida.

O Estudo da Alma indica através do Mapa de Bonno as característias das distorções e viés (ou o Bonno) das quatro tendências da mente, e prepara exercícios (práticas) para nos desvencilharmos dos mesmos.

Possibilidades inerentes na mente de todos nós — Bodaishin

E quanto ao segundo caminho: vamos pensar no método que “escava” as possibilidades (a luz) que estão latentes no interior de cada um.

Na GLA, existem vários caminhos para extrair diretamente as possibilidades internas inerentes, como a meditação para retornar à origem da alma, conduzida pela Takahashi Sensei, ou o diálogo direto com a alma, entre outros. Abordaremos a seguir um dos caminhos da escavação do Bodaishin.

Bodaishin é originalmente uma palavra do budismo, Bodai = mente que busca a iluminação. No Estudo da Alma, esse entendimento é acolhido e ampliado, e o Bodaishin descreve a mente que busca o verdadeiro eu, ama o próximo, e contribui para a harmonia do mundo.

Passamos a pensar naturalmente que “se encontrar alguém com problemas, tentarei ajudar”, “se encontrar uma situação obstruída, tentarei abrir o caminho”, “se alguém estiver sofrendo, tentarei fazer algo para minimizar a dor”. Tentamos nos expor e nos dedicar o melhor para o bem dos outros… Esse Bodaishin que visa sanar a dor, trazer ordem à situação caótica, estimular a situação estagnada está latente no interior de cada um de nós.

O mundo hoje precisa do Bodaishin

O Bodaishin não seria aquilo que o mundo mais necessita hoje?

Como mencionado previamente, a sociedade moderna está predisposta ao materialismo, e por isso, o niilismo e o egoísmo estão se alastrando significativamente. Com o egoísmo e niilismo, não há como resolver nem os problemas individuais que enfrentamos nem os desafios mundiais.

Takahashi Sensei diz o seguinte: “Sem ativar o Bodaishin, o problema do aquecimento global, da pobreza no mundo, da desigualdade social não poderão ser conduzidos à verdadeira solução. O Bodaishin é indispensável para que nossa vida e o mundo resplandeçam verdadeiramente…” (Doze Bodaishin por Keiko Takahashi, Editora Sampoh).

Doze Bodaishin

O Estudo da Alma indica detalhadamente o resplendor emitido na forma dos doze Bodaishin. Os doze são: coração de Lua, coração de fogo, coração de céu, coração de montanha, coração de espiga de arroz, coração de fonte, coração de rio, coração de terra, coração de Kannon, coração de vento, coração de mar e coração de Sol. Muitos deles são formas da natureza às quais, desde os tempos antigos os japoneses se afeiçoaram e vieram aprendendo a conviver.

Takahashi Sensei diz ainda:

“A luz emitida por um Bodaishin gera o Bodaishin seguinte, e à medida que a luz do Bodaishin vai sendo gerado um após o outro, passamos a nos sentir livres, revigorados, enérgicos, resilientes, e repletos de compaixão e compreensão, sem perder a humildade. Isso significa também o acesso e a conexão com a dimensão original do ser humano, ou com a dimensão da alma. É o caminho que extrai a força infinita da alma que conhece a eternidade.”

Existem vários exercícios e práticas às quais qualquer um pode se dedicar para “escavar” esses Bodaishins.

Para lembrar da aspiração da alma ou da razão que você nasceu e para exercer o trabalho da vida

Quando praticamos o Estudo da Alma através dos vários projetos de estudo e ouvimos as palestras da GLA, conseguimos relembrar da aspiração inerente no interior da nossa alma — lembrar da razão que nascemos neste mundo e do trabalho que devemos concluir — ou seja, do objetivo e da missão da nossa vida.

O caminho para resolver os problemas através do discernimento de que a provação é um chamado

Ao mesmo tempo que vamos nos despertando para a aspiração do nosso âmago, seremos fundamentalmente capazes de resolver os problemas no lar, no trabalho, na comunidade, na sociedade e gerar uma nova realidade.

A provação, algo que não conseguimos nos esquivar durante nossas vidas, quando vista sob a perspectiva do Estudo da Alma, não é um sofrimento pela qual queremos distância, mas um chamado que nos orienta para que possamos cumprir a missão da vida.

O Estudo da Alma nos confere o poder para superar as provações que enfrentamos na vida, reformar concretamente a nossa própria realidade e iluminar significativamente a vida e o mundo à nossa volta.
Várias pessoas na GLA já trilham esse caminho e muitas novas estão por vir.