Bússola dos Tempos・249

Criar hábitos

Keiko Takahashi

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O momento que percebemos o comportamento inconsciente

Desde que o caos causado pela pandemia da Covid-19 se dissipou, Asakusa, o bairro onde se localiza a sede geral da GLA, tem recebido cada vez mais visitantes da Ásia, Europa e dos EUA pois é um dos principais destinos turísticos do Japão.

Muitos experimentam algum tipo de choque cultural quando viajam para o exterior e visitam lugares com um histórico cultural diferente do seu país de origem. Por exemplo, os turistas que visitam o Japão são unânimes em apontar o seguinte:

Embora não existam lixeiras na cidade, o país é muito mais limpo do que se pode imaginar.

Nas plataformas de trem, as pessoas fazem fila de forma ordenada e dão prioridade a quem desce do trem antes de embarcarem.

Há muitos carros, mas quase não se ouve buzinas.

Os comerciantes sorriem e dizem “Sejam bem-vindos!”

Os restaurantes e outros estabelecimentos de alimentação têm assentos destinados para apenas uma pessoa.

Em restaurantes de soba e ramen, muitas pessoas saboreiam o macarrão ruidosamente.

As pessoas respeitam os semáforos e aguardam o sinal ficar verde, mesmo que não haja carros.

E assim a lista é interminável pois há ainda muitos outros “achados” que os turistas mencionam.

Coisas que eram óbvias, das quais não se tinha consciência até que se coloque em um lugar em que a cultura é diferente, tornam-se conscientes porque não eram óbvias. Nesse momento, as pessoas se dão conta dos comportamentos inconscientes dos quais estavam acostumadas.

Esse comportamento inconsciente pode ser chamado de “hábito”.

Os hábitos são ações que, de alguma forma, se tornaram inconscientes. Ao transformar ações repetitivas em hábitos, economizamos energia para os aspectos mais essenciais da vida.

Hábitos criam nossa vida

Desde a hora em que acordamos pela manhã até a hora em que vamos dormir à noite, a maior parte da nossa rotina é composta de hábitos. Nós nos levantamos, nos vestimos, pegamos o trem para o trabalho e realizamos cada tarefa no trabalho.

Tudo isso está profundamente ligado aos hábitos. E não são apenas esses comportamentos que têm a ver com os hábitos.

Como aceitamos as coisas: no que temos interesse e como reagimos às determinadas situações? Como atuamos diante do mundo: o que valorizamos, como julgamos e agimos?

Cada uma das funções da nossa mente de recepção e reação possui uma reprodutibilidade e repetição que podem ser chamadas de hábitos. Quer estejamos conscientes disso ou não, podemos dizer que nossas vidas são compostas por uma infinidade de hábitos.

Criar novos hábitos com o “Bodaishin“

Os hábitos constituem a maior parte das nossas vidas. O comportamento habitual é aquele do qual não temos consciência, ou seja, é inconsciente. Por esse motivo, podemos dizer que não é fácil mudar um modo de vida que se tornou habitual.

Mesmo assim, ao desenvolvermos um novo hábito, ele se tornará parte de um novo modo de vida e se tornará a força para criar uma nova vida.

Todavia, existe uma dificuldade para criar novos hábitos. Isso ocorre porque os hábitos pertencem à dimensão subconsciente, e nem sempre podemos necessariamente controlá-los liveremente com nosso processo cognitivo.

Por exemplo, mesmo que você pense “quero fazer assim”, muitas vezes é difícil estabelecer isso como um hábito.

Isso ocorre porque, embora pensemos que estamos desejando algo, não são poucos os casos em que, o nosso subconsciente não o deseja e demonstra uma resistência significativa.

Criar um novo hábito não será fácil, a menos que seja algo que realmente desejamos do fundo do nosso coração.

Se é assim, o que deveríamos procurar agora não seria o hábito baseado no Bodaishin¹ que vive no fundo do coração de cada um de nós? Isto é especialmente verdadeiro para aqueles que estão empenhados no “Desafio Bodaishin³” do Estudo do Projeto Gênesis Global².

Neste mês, como estamos chegando no desfecho de 2024 e aguardando ansiosamente o novo ano de 2025, gostaria que considerassem a criação de novos hábitos baseados nos “Doze Bodaishin⁴”.