Bússola dos Tempos・242

Bússola dos Tempos・242

Estabelecer um marco

Keiko Takahashi


O seres humanos que continuam a viver como sempre viveram

Como o Estudo da Alma1 aborda a realidade que o ser humano vive? Todo ser humano nasce no mundo físico com um desejo. No entanto, muitos soterram esse desejo e acabam vivendo uma vida regida pelas condições de vida em que nasceram.

À medida que as pessoas se desenvolvem depois de nascer, criam um banco de dados (depósito de informações) e um programa (roteiro de vida) que servem de base para seus pensamentos, ideias e julgamentos e vivem apoiados nisso. Essa plataforma é chamada de “base da vida”.

Situações semelhantes produzem invariavelmente os mesmos pensamentos e ideias, julgamentos e ações semelhantes. É como se fosse um circuito de automação (controle automático), quando um estímulo chega, o circuito automaticamente começa a girar e produz a mesma reação. Podemos dizer que esse é o estado básico da nossa vida.

Na maioria das vezes, vivemos com base no modo de vida que criamos ao longo do tempo e repetimos o modo de vida que se origina daí. Em outras palavras, continuamos a viver como temos vivido até agora.

É claro que o ser humano não é uma máquina.  Estamos constantemente abertos a novos encontros e eventos, dos quais podem surgir novas formas de viver.

No entanto, também é verdade que, na maioria das vezes, repetimos reações que poderiam ser descritas como mecânicas. E é por isso que seria ideal sair dessa rotina e criar uma nova maneira de viver.

Os marcos transformam a vida

Um modo de vida que vem sendo repetido dia após dia pode mudar drasticamente como se tivesse passado por um processo de despertar.

O despertar ocorre quando nos deparamos com um problema e reavaliamos a maneira como percebemos a situação. Por exemplo, o relacionamento com o mundo é transformado quando deixamos de pensar que o problema foi causado por outra pessoa e passamos a ver que a nossa própria deficiência foi parte da causa. Ou, o relacionamento com o mundo também muda drasticamente quando sofremos com dificuldades incontroláveis em meio às provações, mas ouvimos o chamado2 e percebemos que essa realidade está incentivando o nosso crescimento. Somos capazes de confiar mais no mundo.

Provações e problemas são situações que não nos é possível viver como costumávamos. Somos forçados a parar. Porém, é exatamente porque paramos que somos convidados a um novo eu, uma nova dimensão.

Ao fazer isso, você pode descobrir que um desejo firme está vivo dentro de você, mesmo que pensasse que não tinha desejos, ou aparece uma fenda na sua própria imagem quando acreditava ser um tipo de pessoa da qual nãe era e isso o(a) faz despertar para um novo eu, o “Outro Eu”3 e você começa a viver mais livremente.

Ao fazer isso, ao considerar aquelas experiências de enfrentar as provações e os problemas como marcos em nossa vida, podemos dizer que de fato evoluímos na vida.

É normal enquanto vivos encontrar provações e dificuldades. Se passarmos pela vida, não poderemos evitar as provações e os problemas.

O importante é saber se queremos deixar isso simplesmente passar ou se queremos fazer disso um marco que nos leva à próxima etapa da vida. Portanto, não nos esqueçamos de perguntar a nós mesmos se o que estamos vivenciando agora é algo que deveria ser um marco em nossas vidas.

Bem-vindos à temporada dos seminários

A partir da semana de feriado Golden Week no Japão, em maio, a GLA organizará quatro “seminários por faixa etária”4, começando com o “Seminário Seinenjuku”.

Um raro momento para se concentrar no estudo do Princípio Divino e interagir com os colegas na natureza verdejante de Yatsugatake Inochi-no-Sato5 por três dias durante o fim de semana. Pode não ser o mesmo que enfrentar provações e problemas sob pressão de última hora, mas, por outro lado, são três dias preciosos em que podemos abrir a mente para a natureza e observar o nosso eu normal, o que pode tornar-se um marco da vida.

Se você for participar do seminário, diga a si mesmo que vai vivenciar esse período como um marco em sua vida. Isso certamente fará com que os três dias sejam ainda mais intensos. Se não estiver participando do seminário, por que não usar o fim de semana como um marco para desafiar a si mesmo e a sua realidade?

Notas do editor:

1. Estudo da Alma

O Estudo da Alma trata de uma sistemática de teoria e prática para que o homem possa buscar um modo de viver que une as dimensões visível e invisível. Em contraste com o “estudo dos fenômenos” representado pela ciência que se ocupa com a dimensão tangível, o “Estudo da Alma” abrange a dimensão material bem como uma dimensão que vai além, a dimensão da mente e da alma, de uma forma mais abrangente. Trata-se de um princípio que constatei a partir da minha própria análise em relação aos seres humanos e das observações das trajetórias de vida dos inúmeros indivíduos com quem interagi. Compreende o ser humano através de uma perspectiva total da alma, da mente e da realidade a fim de corresponder a quaisquer tipos de situação. (Extraído da p.50 do livro Como Fazer Da Sua Vida A Melhor, versão original em japonês).

2. Ouvir o chamado

Nenhum encontro e evento chegam até nós “por acaso ou acidente”. Eles ocorrem por necessidade, motivo e significado. Quando despertamos esse sentido da alma, e adotamos a alma como nosso eixo central, seremos capazes de acolher até mesmo situações aparentemente negativas, indagando: “Qual é o chamado desse encontro, desse evento? E começamos a pensar “O que posso fazer para mudar?” para adotar um novo modo de vida (Extraído da p.47-49 do livro Reconquistar a própria vida, versão original em japonês)

3. O Outro Eu

O “Outro Eu” é a personificação da parte submersa, que é a maior parte do iceberg, em oposição à parte acima da superfície, que representa nosso eu habitual…. O “Outro Eu” é, por assim dizer, a “alma dotada de sabedoria”. É profundamente sábio, tem uma perspectiva abrangente e faz julgamentos cuidadosos e precisos. Ele nos orienta a sentir, pensar e agir de maneira diferente do nosso modo de vida habitual, nos resgata da hesitação, nos ajuda a superar o medo, concede sabedoria e atrai um novo futuro. (Extraído da p.49, 79-80 do livro O Outro Eu, versão original em japonês)

4. Seminários por faixa etária

Assim como as quatro estações da primavera, verão, outono e inverno da natureza são insubstituíveis, as estações que compõem a vida – infância, adolescência, idade madura, e idade senil – todas elas irradiam uma luz preciosa incomparável. Nascemos no mundo de fenômenos (este mundo) através do “portal do nascimento”, desfrutamos das estações da vida, e retornamos ao mundo das origens (o outro mundo) através do “portal da morte”, e nascemos neste mundo novamente quando se cumpre o tempo. Trata-se de uma nova perspectiva de vida – visão cíclica da vida – que não pode ser compreendida a partir da visão linear da vida que começa no nascimento e termina na morte. Os seminários por faixa etária são seminários onde podemos aprender a arte de viver em cada uma destas estações da vida. Mais especificamente, realizamos: o Seminário Seinenjuku (maio) dedicado aos jovens; o Seminário Conjunto Frontier College e Escola de Enfermagem da Mente (maio) dedicado aos adultos na linha de frente da sociedade; o Seminário Hoshin (maio) dedicado à geração senil; e o Seminário Kakehashi (julho – agosto) dedicado às crianças e seus pais.

5. Yatsugatake Inochi-no-Sato

Local onde está as instalações de treinamento da Sede Geral, familiar para muitos membros, na qual os “Seminários por faixa etária” bem como vários cursos de treinamento são realizados durante todo o ano. Várias instalações são mantidas, incluindo o Memorial da Vida, a principal edificação de oração do complexo, e um grande auditório que pode acomodar 1.800 pessoas.